segunda-feira, 29 de agosto de 2011

VIDA


Julia Margaret Cameron, The kiss of piece, 1869



A mãe ao abraçar,
o agarrar a criança,
a retribuição do abraço,
afago nos cabelos,
doçura mútuos olhares.

O café italiano,
a espuma branca
marrom,
some,
sobra o líquido.

Sorriso,
estampa alma,
pulsar o coração,
guarda-te no peito,
permanece lá/cá aquecido.
Os passos... Lentos, apressados passos, a vida.


domingo, 7 de agosto de 2011

ânsia pela madrugada

Josef Koudelka - 1976

Repousa
a lua 
virá
trará
a madrugada
o cheiro
noite de poucos
luar de habitações

sábado, 6 de agosto de 2011

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

FRIO

O céu tímido dava resquícios do que seria o frio inesperado, porém bem vindo depois de longos dias de calor. Essa estação provoca o ato de pensar, as reações são diversas e inquietas. Alguns pensam sobre o amor, outros em algumas comidas que seriam típicas do inverno, outros desejam ir para lugares ainda mais frios, sair, e, os que mais amam o calor preferem que o sol ressurja com toda sua luz aquecedora.
Nessa mesma tarde, as crianças ao saírem da escola estão todas bem agasalhadas, juntas, o que provavelmente ocorre em função do vento do entardecer, que se afina e esfria. Se formos pensar o inverno, sentiremos gratidão, até mesmo os ingratos, pois nenhuma outra estação nos une tão bem.
Ironicamente à noite, todos se trancam em suas masmorras, inocentes sentem estarem protegidos de todos e do vilão: o frio.
Se utilizássemos a inteligência poderíamos fazer vários programas com os amigos, família e tornar mais agradável o que já o é.
Outra inquietação do inverno é lembrar a infância, são tantos os sonhos que nos percorrem, mesmo quando adultos, não sonhamos tanto quanto na fase onde temos uma alegria imensa ao ver um bolo de cenoura recheado com chocolate, como perdemos esse dom de admirar o simples e sonhar como se estivéssemos a dormir?
Depois da linda infância para alguns, pois ainda existem os que a detestam e nem sequer apreciam lembrá-la, as responsabilidades surgem, os dedos, pés, corpo, tudo cresce, aquela delicadeza some, dá lugar ao rústico ou belo e em alguns ainda sobram o meigo, doce, a delicadeza.
José Boldt - Arco-Iris
Viva o Inverno que propicia o calor humano!


 

Depois de algum tempo sem postar nada, peço desculpas, aos poucos que corajosamente leem e me dedicam um pouco de seu tempo para as palavras, alguns textos passaram por correções, prefiro deixá-los no original, assim acompanho o meu engatinhar.
Xavier Rey
De forma intensa escrevo e aprecio as críticas que estou a receber de braços abertos, um agradecimento especial a Rosana Moraes, Alexandre Brito e Maria Lima dos Santos por alguns bons conselhos.