quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Saudade Chris

Chris esta imerso no seu universo macro-cosmo. Quer viver tão intensamente que se joga num ciclo que o faz perder a percepção. Seu nariz exprime com sua ponta delicada uma sutil fineza. O que busca? Corpo? Prazer? Companhia?
O fato: a solidão lhe é totalmente incômoda e estranha, de uma estranheza absurda que se aproxima do insuportável. Quando fechava a face, supostamente sinônimo de desencontro com algo que para si era inconcebível, incompreensível... Tanto amor exalando dentro de si esbarrando com a dificuldade de demonstrá-lo. Nunca quis ferir, e se o quis o intencional estava ali presente, ao avesso, armar e se desarmar lhe levava ao encontro do desencanto com a vida. Porém, ressurgia daí o etílico, tão aparentemente dócil, que embriagava, misturando amor e ódio, tão sinônimos, de forma espontânea acordava para as responsabilidades que o chamavam todas as manhãs. O cansaço do maquinal, de seu próprio ponteiro produzia-lhe uma tristeza no olhar como se quisesse gritar silenciosamente ou telepática: - “Olhem para mim! Abracem-me, sejam sinceros, espontâneos...” (Sem que isso parecesse pedante ou sinal de carência).  Mas o silêncio o acometia de tal modo que levado a um estado de imersão preso dentro da sua torre, percorrendo a galopes lentos e por vezes rápidos, acelerados pensamentos e disposto a dividi-los com quem os quisessem ouvi-los.
Rude jeito, de um lado, de outro não tão distante do primeiro, gotas de uma alegria, de um sorriso que abria margem para outros pensarem com quem se parecia (com sua mãe ou pai?); a incógnita pairava e facilmente era esquecida.
Sua vontade imperante: manter a casa sempre cheia, assim a solidão não lhe tomaria na ressaca dos dias tediosos. O pressuposto é que a vida estava/está tão intimamente presente em Chris que o seu amor calado explode por seus poros, quando restritos, de tanto transbordar ao ponto de suar, transpirar e colocar isso de alguma forma nas coisas que fazia/faz.
Chris que saudades...

 Eduardo Teixeira Pinto
(Uma carinhosa homenagem a Eduardo Capute, fiz às pressas pois a inspiração e a lembrança vieram tão inesperadamente que senti a necessidade de postar)

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